Letras Mortas
Estou ausente de mim mesmo...
à esmo!
Lambendo novamente as
feridas.
Outras vidas me instigam,
inconscientemente a ir em frente!!
As oportunidades passaram,
murcharam, caíram do galho, foram como um ato falho de um teatro de fato, que
apenas o tempo guardou...
Mas, vou adiante, infante do
nada, a seguir pela nebulosa e derradeira estrada.
Guardei meus melhores
momentos no cofre da retina, que o vento verdugo teima em espalhar.
Antes da decapitação, subi
pelas montanhas do mar e quase naufraguei nas ondas do espaço estelar.
Depois da execução, me
transformei em espécie de bardo ardente em fogo temente.
Letras mortas moveram o
último Arvoredo.... não tenho mais medo,
apesar de ser arremedo!!!
Sou anjo de asas quebradas
que não servem pra mais nada.
Recolhi aplausos dos telhados
de vidros quebrados...
Solitário no palanque, refiz
forças para tecer novas ilusões
E, talvez, por ser a solidão
minha maior arma, guerreiro e cavaleiro, não sucumbi...
As Letras Mortas Renasceram
em versos e novos universos...
Não desisti e apenas recolhi
cacos e caminhei e caminhei
cicatrizando novamente as
feridas.
Agora, lá fora... outras
vidas me instigam, inconscientemente a ir sempre e sempre em frente!!