O
suplício público do menino de seis anos João Hélio Fernandes, no Rio de
Janeiro, em um passado não tão distante (2007) se repete agora com o caso do
menino Bryan de cinco anos, na Zona Leste de SP. Barbárie e crueldade, chocam,
doem coletivamente. Causam comoção nacional. O impacto da tragédia social segue
o mesmo caminho em intensidade e degradação.
Mais
uma vez, muito se falou. Explicações surgiram da proliferação do mal. Todavia,
além do frágil estabelecimento da comoção e da revolta, corremos o risco
novamente da ausência de providências. E, o martírio agora do menino Bryan ou o
do garotinho João Hélio, ou de tantas outras crianças e brasileiros do Bem, em
geral, se não fizermos nada, logo será esquecido.
E
o pior, não haverá coragem suficiente para enfrentar a bandidagem, que nos
próximos meses continuará incólume. Com incontáveis assassinatos, guerra de
quadrilhas, chacinas e execuções, praticados, na maioria, por adolescentes de
16 anos.
A
escolha é nossa é da sociedade em geral. Mas, agora é a hora exata, a hora
certa da reação.
É
hora de mobilização maior a que a observada por 20 centavos. Vamos sim, bradar,
gritar aos quatro cantos. Chega!!! Basta, passou da hora.
Vamos
cobrar forte por providências.. Clamar pelo fortalecimento da Justiça, através
de reformas com penas duras e inflexíveis, até a pena de morte, para casos
semelhantes ao de Bryan e João Hélio..Diminuir benefícios de presos, suspender
indultos, saídas temporárias (de Natal, Páscoa, dia das Mães, dia dos Pais...)
criar códigos penitenciários e priorizar o policiamento comunitário, por
exemplo, entre outras medidas. E redução
já ...” pra ontem” da maioridade penal, para 16 ou 14 anos.
Nitidamente,
não podemos mais cruzar os braços, Aceitar a banalização da vida (ou seria da
morte?) que as autoridades de segurança chegam a criar nas estatísticas, para
registrar mortos abandonados em malas de automóveis, ribanceiras, cemitérios
clandestinos e, em outros deploráveis cenários do crime.
Na
realidade, a vida está sendo jogada no lixo. Estamos sim, no fundo do poço.
Somos, nós os condenados, em uma redoma, onde o bandido é quem decide quem vive
e quem morre, A violência desenfreada é o carrasco hodierno que salta aos
nossos olhos, fere e mutila a retina de uma população inteira.
O
panorama é doentio. Ainda aceitamos que
os governos, a polícia, a educação, a saúde, o trabalho, a moradia continuem os
mesmos. No entorno da patologia, a degradação das cidades e do índice de
desenvolvimento humano seguem o curso do envelhecimento das gerações. Pelo
esgotamento de explicações, está na hora de um basta geral. Basta ao terror
crescente, basta a barbárie, porque o limite da tolerância da sociedade já há muito
foi ultrapassado.
Queremos
e podemos obter leis mais amplas e mais duras. Será que a ninguém ocorreu a
verdade que há lugares no mundo, em outros países e nações, onde os criminosos
temem a lei, temem acima de tudo as pessoas de Bem???
Cabe,
portanto, a pergunta: o que essas sociedades têm ou possuem que nós brasileiros
ainda não temos???
Vamos
agir. Chega de inércia e apenas espanto. Vamos demonstrar inteligência. Ás
vezes não é preciso disparar um só tiro, para reverter o quadro cruel e
desumano dos dias atuais. É preciso se livrar do MEDO Coletivo. Temos de
denunciar o crime, fortalecer os instrumentos de delação como é o
Disque-Denúncia. A delação inteligente, às vezes, vale mais e é mais rápida que
o trabalho científico de investigação.
Não
tenham receio de denunciar e cobrar. Não há mais espaço para os receios. A
mobilização, a cobrança e as exigências são as armas, que nos levarão à
ascensão social: de uma sociedade justa e igualitária, livre do fantasma da
degradação e proliferação do Mal.
Pensem
e reflitam a respeito. Vale muito tentar, porque a vida é um bem que não tem
preço. Precisamos urgentemente resgatá-la, valorizá-la, para o bem-comum. E,
principalmente, para o Bem e Garantia do Futuro deste País, Futuro do
Brasil...
Acima de tudo que se faça
urgentemente o que tem de ser feito. Mais do que nunca é preciso conter a
hemorragia social provocada pelo crime. Chega, basta de adiamento ou
explicações. Corremos o risco de estarmos chorando a qualquer instante a
morte de outro anjinho Bryan, de outro
anjinho e brasileirinho João Hélio: todos massacrados covardemente, ceifados do
direito à vida.