Referência entre os economistas Nelson Barbosa tem previsões sombrias para 2015 e desafios gigantescos para o próximo governo do País.Os principais entraves macroeconômicos estão diretamente ligados à esfera cambial e à fiscal. O desafio cambial, frisa o economista que já foi secretário especial do Ministério da Fazenda, é tornar o sistema de metas de inflação menos dependente da apreciação da moeda vigente, o real. Já o fiscal é aumentar resultado primário recorrente. E, ao mesmo tempo, não deixar de atender às demandas crescentes da população, sem aumentar a carga tributária.Portanto, missões dificílimas semelhantes em mitologia aos Doze Trabalhos de Hércules. Para quem não sabe, entre os heróis gregosdestacava-se Héracles, mais conhecido pelo nome romano -Hércules - cultuado em toda a Grécia Antiga. Ele era um herói nacional. Tornou-se famoso por ter realizado doze trabalhos, em benefício dos gregos. O passo inicial do uso do câmbio no combate à inflação já é hereditário, 2003 a 2005, com o uso da correção no câmbio, com uma apreciação do real eliminando a depreciação dos anos anteriores. Ao final do período, a taxa de câmbio real havia retornado ao patamar de antes da crise argentina e próxima ao pré-Plano Real.
De 2006 a 2008 foi uma fase de apreciação, com o boom dos preços internacionais de commodities reduzindo ainda mais o câmbio, para um valor próximo ao do Plano Real. Esse período terminou com a crise de 2008.De 2009 a 2011 foi uma fase de apreciação e intervenção, depois que a expansão da liquidez internacional gerou outro boom nos preços internacionais de commodities e devolveu o câmbio aos níveis verificados no final do Plano Real. O período, lembra o renomado economista, terminou no início do governo Dilma, com a introdução de um imposto sobre o aumento da posição vendida em Reais no mercado de derivativos cambiais.A partir de 2012 o Real começou novamente a depreciar devido ao novo cenário econômico mundial. De dezembro de 2011 a dezembro de 2013 o real se depreciou 21%.
A partir de 2013 a forte depreciação do real levou o governo a rever sua estratégia passando a combater a depreciação. NO final de 2013 o Ministério da Fazenda retirou a maior parte da tributação sobre entradas de capital, enquanto o Banco Central passou a oferecer proteção financeira contra a depreciação do real via swaps cambiais. Até agora, esses swaps equivalem a 25% das reservas cambiais brasileiras.Entre dezembro de 2013 e julho de 2014 o real apreciou-se 8%. Sem essas intervenções, mantido o nível real de agosto de 2013, o dólar deveria estar em R$ 2,51, em lugar de R$ 2,23 em julho de 2014.Contribuiu também para a apreciação a retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos. Mas a razão maior da luta contra a depreciação cambial foi a inflação.Pelos levantamentos de Barbosa, o BC cumpriu a meta de inflação em onze dos quinze anos desde a adoção do sistema em 1999. Em oito desses onze anos houve redução da taxa de câmbio real; em seis deles, redução da taxa nominal. Os três casos de cumprimento da meta sem apreciação cambial devido a outros fatores: meta bastante elevada em 1999 e controle dos preços administrados em 2012 e 2013.Com esse modelo errático, a economia passou a ser alvo de manobras especulativas via operações de arbitragem entre taxas de juros internacionais e internas.Vai-se apreciando o câmbio real até que ele fique tão baixo que o mercado passa a apostar na depreciação do real. Nesta curta e grossa análise do economista Nelson Barbosa, chegamos à conclusão: precisamos mesmo da figura de Héracles, mais conhecido pelo nome romano -Hércules - cultuado em toda a Grécia Antiga, como salvador da Pátria, salvador da Economia nossa de Cada Dia. Mandem uma convocação urgente para a Grécia, telegrama, fax, email, scraps, ligação direta, precisamos dele, um herói nacional para salvar sem mitologia.... a economia nossa de cada dia.