Na clareira azul que ressurge a cada primavera.
Ele martela na pequena bigorna, notas solenes de cristais da Música da Esfera.
No bosque, no fim da realidade e no início das raízes dos azinheiros,
Kadorph mistura açafrão, cravo-da-índia, almíscar, âmbar, estouraque, ládano, papola branca, almécega e olíbanos.
São Incensos dos sonhos, seiva, guardada como tesouro em potes de cerâmica, para os jardins e minúsculos canteiros.
Passam brisas primaveris, caem no espaço amoras celestes.
Entre sonhos pueris, em minha mente, Kadorph trabalha a essência:
Caem na terra prateada, frutos astrais, estrelas silvestres.
Os pequenos grandes deuses florais espalham com a cântiga dos ventos os bâlsamos.
Baobás e Ciprestes, conselheiros árboreos, distribuem, na floresta encantada, o néctar que afasta os percalços.
O sândalo perfuma toda a clareira e a Lua reaparece entre as nuvens de madeira.
E de repente, já não posso ouvir mais as musiciais marteladas de Kadorph, em seu mágico instrumento.
Foi um rápido momento, real, irreal, enfim uma efêmera dádiva
Celestial, doce Quimera.
Mas, na clareira azul que ressurge a cada primavera.
Ele novamente estará na pequena bigorna, tocando notas solenes da Música da Esfera.
No bosque, no fim da realidade e no início das raízes dos azinheiros,
Kadorph mistura almíscar, âmbar, estouraque, ládano, papola branca, almécega, olíbanos e açafrão...
A pequena criatura, quase impercebível do principado de Gob, trabalha a Quinta-essência, realinhando, em todos os humanos sem distinção que acreditam, em sua tênue bigorna, o equilíbrio entre a mente e o coração...
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