O racismo no Brasil está outra vez em pauta. E se torna aparentemente mais evidente em campos de futebol. Fatos que – pela absurda reincidência – comprovam um País que ainda mantém laços nítidos de segregação.
O relevo de favorecimento a uma população de elite e branca, no quadro social, infelizmente, impulsiona práticas racistas pontuais e até mesmo estruturais, onde negros e negras continuam sofrendo ataques viscerais. Os negros são maioria em solo brasileiro e constituem a maior população carcerária. Mero engano pensar que são vitimizados apenas em estádios. No silencioso dia a dia, passam sem holofote, as discriminações em nossas favelas e periferias brasileiras. A própria palavra Justiça, maculada, pela violação permissiva, alimenta efeitos colaterais do racismo institucionalizado, quando o foco é negros e pobres, sem a devida igualdade social que lhes é de direito.
O abuso, a violação aos direitos humanos, parece agora reeleger o cenário do esporte. O enredo é o mesmo de um passado nem tão distante, quando clubes não permitiam a presença de negros. Os vestígios são idênticos, abrigando novamente racistas vestidos de torcedores.
Chega de reação momentânea, é preciso cadeia e penas pesadas para os racistas. De dois anos para cá, aconteceram nove casos semelhantes ao verificado na partida Grêmio e Santos, contra o goleiro Aranha. Ninguém foi punido ou preso, apesar do crime de racismo. Foram, na verdade, penas leves, comunitárias e sem efeito punitivo. É hora de virar o jogo e aplicar a lei com rigor que merece o caso, colocar fim ao comodismo e passividade. Apenas revolta não resolve. O racismo não está só no futebol. É necessário freá-lo, extirpá-lo. Nesta altura do campeonato, sem prorrogação, atitude firme e rigorosa sempre: punição e cadeia já para os racistas.
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