segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Animais Comunitários, proteção à vista



Anderson França

Poucos sabem, até os incansáveis tratadores, cuidadores e defensores da Natureza. Mas, agora é lei: animais comunitários passam a ter assegurados conceitos sobre criação e proteção.
Graças a Deus e a São Francisco e aos Elementais e Guardiões da Terra, Ar, Água e Fogo, filhos verdadeiros de Gaya:  que iluminaram a cabeça, alma e coração de um político. Enfim é o que garante a lei 6.464/13, promulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Paulo Melo (PMDB), e publicada no Diário Oficial do Legislativo recentemente. A lei inclui entre os animais domésticos a figura do animal comunitário, com guarda compartilhada entre vizinhos. O autor, deputado Paulo Ramos (PDT), explica que a intenção da proposição é preservar essa “guarda compartilhada”. A iniciativa ganhou corpo em vários pontos do território nacional. A lei agora com extensão no âmbito federal também incentiva o comportamento cooperativo e garante a manutenção dos animais, que têm direitos constitucionais adquiridos para serem bem cuidados e protegidos.
Infelizmente a proteção ambiental tem caráter regional e não é ainda nacional. Mas é uma grande vitória para ambientalistas e cuidadores de animais abandonados no Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e na cidade de Curitiba, no Paraná. Os referidos locais já constam com ferramentas legislativas que protegem animais comunitários. Também estão definidos conceitos e assegurados direitos sobre criação e proteção. A lei dos animais comunitários inclui, entre os animais domésticos, aqueles com “guarda compartilhada” entre vizinhos, que vivem na rua, mas têm proteção e cuidados de tutores que residem na mesma região que o animal. Os animais comunitários, uma vez cadastrados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) das respectivas cidades e Estados que seguem a iniciativa, têm direito a castração, vacinação e microchipagem gratuita, além de poderem viver na rua, desde que um tutor assine um termo de responsabilidade.
Entre os importantes benefícios do animal comunitário destaca-se o item que, por serem vacinados, não há risco de transmissão de doenças; se castrados, evita-se assim brigas por fêmeas no cio; por serem territorialistas, a presença dos bichinhos evita que outros animais invadam ou sejam abandonados naquele endereço. Além disso, é comum que o animal comunitário seja adotado por algum dos tutores, como tem acontecido em algumas cidades, devido aos vínculos afetivos desenvolvidos na comunidade. É bom lembrar que é um avanço significativo em nosso País, já que a prática é comum em outros países. Esses animais devem e têm que serem vistos como parte do cotidiano urbano. Como animais comunitários, os cães, gatos ou quaisquer outros bichos (pets) ganham assim mais respeito e zelo, carinho e proteção. Tomara que seja um primeiro passo de preservação ambientalista de muitos outros subsequentes. Que os anjinhos de quatro patas- em situação de abandono- conquistem cada vez mais a simpatia dos moradores da comunidade. E sejam o mais breve possível adotados e recolhidos das ruas, parques, cemitérios e demais logradouros. A todos que amam a Natureza: não se esqueçam que a Mãe-Terra é sabia e Onipresente.
Nós podemos sim, com vontade na alma e no coração, se responsabilizar em conjunto, com  vizinhos ou amigos,  e proporcionar vida mais digna e longa aos cães ou gatos abandonados ao nosso redor. Paz e bem aos que amam incondicionalmente e de forma verdadeira a Natureza. A Mãe-Terra AGRADECE!!!!



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Jornalismo é preciso resgatá-lo de fato e de direito


Anderson França
O atual ecossistema de notícias aparentemente mais rico pela tecnologia deveria ter melhor qualidade. Ele está mais fino e é uma tendência atual vinda da Internet, mas matérias produzidas e bem elaboradas praticamente são rarefeitas. Perderam-se como uma bomba de nêutrons, onde a mesmice sobreviveu, levando na implosão a criatividade. Resultado: a dualidade se estabeleceu com a falta de cuidado da informação. Falsa ilusão do melhor pela rapidez. No entanto, infinitamente pior por abrir brecha para a desinformação. O que se observa hoje é a tecnologia digital, de um lado, priorizando instituições, tornando-as poderosas na organização da pauta de notícias. E, invariavelmente em detrimento da Comunidade, do bem-comum. E do outro lado, a selvageria da desinformação devorando sem critério algum o cidadão e a própria Cidadania. O público de Rádio, ao meu ver, deseja e quer a ampliação da Prestação de Serviço. Quer que o Veículo não tenha vícios políticos, com mais clareza, princípios e valores: informação e não desinformação e falta de conteúdo, que predomina na sua totalidade. Esse “radio ouvinte”, hoje é bem mais participativo, tem opinião que precisa ser respeitada. Acima de tudo, abomina a prática de um jornalismo tendencioso, mascarado, onde a notícia unilateral não tem compromisso com a verdade e a transparência real dos fatos.
A notícia é hoje mais democrática sem dúvida, por ampliar a participação, abrir o leque. Porém, ao mesmo tempo, é mais idiota – a área de cobertura dos governos municipal, estadual e federal conceitua meu pensamento, sendo ampla, mas totalmente desastrosa, apressada e sem os cuidados básicos jornalísticos exigidos. Assim, a inversão de valores se estabelece: há abundância de veículos jornalísticos que não corresponde ou significa em geral riqueza de reportagens ou matérias criteriosas, verdadeiras e bem-sucedidas, no impresso ou na mídia eletrônica. Por vivência diária e experiência própria, contato direto com o ouvinte/leitor ao longo de mais de quatro décadas, considero que o Jornalismo Comunitário deveria ter mais espaço e hora de ser e existir. No contexto, pautas importantes como Educação, Saúde e Meio Ambiente, além de outras fontes ricas no espírito de informação comunitária, praticamente, se eclipsaram ou desapareceram melancolicamente, no declínio paralelo nas reportagens locais. A imparcialidade ainda é um mandamento vital e importante na formação do repórter e para o próprio existencialismo do Jornalismo. O mesmo famigerado fenômeno acontece com a Ética na Informação: é preciso, portanto, resgatá-las urgentemente, para não padecermos de falta de credibilidade maior.
Os problemas que citei acima são fundamentais para banir a desconfiança. Jornalismo é Jornalismo e sempre será em qualquer veículo e modalidade, mas bom-senso e noções básicas de qualquer profissão não podem ser violadas ou jogadas ao vento. Vejo surgir um consenso que, levando em conta o todo, é muito mais saudável para um trabalho jornalístico de interesse público. E assim deve ser. A realidade é que não podemos inovar desprezando a base, os princípios e os valores. A notícia é grandiosa por si só, não precisa de impacto consideravelmente alarmante. O efeito contrário a essa regra, no meu ver, se torna particularmente prejudicial no consenso geral da informação: é preciso evitar o Deus dos cliques – receita publicitária ou algo semelhante, sempre gerador da desinformação e não condizente com a ética e justiça social. Hoje temos a velocidade da informação como roda giratória, mas a velocidade em nome apenas da velocidade e não da veracidade dos fatos, ou conteúdo gratuito, sem sustentação, altamente irresponsável e deletério.

Infelizmente, parece que o tempo parou em termos nacionais. Somos causa e efeito de nossos erros em um verdadeiro moto contínuo. Vivemos uma crise sem precedentes, porém há uma onda de pessimismo no país. A herança pura e simples ainda da má gestão da economia. A mediocridade política em geral não se deve à crise internacional. E o pior essa mesma mediocridade está criando e fomentando cada vez mais o temor de colapso. Sarneyzação, o impeachment de Dilma na ilusão de que isso estancaria a crise econômica e restauraria o crescimento, na verdade é falta de competência de mobilização e articulação para frear o pior. Agora uma paralisia política durante o processo vai é piorar a economia e alimentar o pessimismo, originando novos acidentes de percurso. Os tempos mudaram e a mudança é favorável para aguentarmos a atual turbulência. Precisamos cada vez mais construir instituições sólidas, mas com responsabilidade nacional acima de tudo. Ainda não está tudo perdido. A indústria sofre demais os efeitos atuais, mas tem imunidade porque continua complexa e diversificada. E o agronegócio se tornou um dos nossos mais competitivos segmentos.